Sete anos após o incêndio devastador que destruiu grande parte de seu acervo, a instituição volta a receber o público com uma exposição especial e ambientes restaurados.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, reabriu as portas nesta quarta-feira em um momento histórico e simbólico para a ciência e a cultura brasileira.

Sete anos após o incêndio devastador que destruiu grande parte de seu acervo, a instituição volta a receber o público com uma exposição especial e ambientes restaurados.
A reabertura é resultado de uma reforma avaliada em R$ 517 milhões, financiada por meio do projeto Museu Nacional Vive — uma parceria entre a UFRJ, a Unesco e o Instituto Cultural Vale. A obra ainda não foi totalmente concluída, com previsão de término até o fim de 2027, mas o espaço já oferece uma experiência inédita para os visitantes, que poderão conhecer gratuitamente a exposição Entre Gigantes: uma experiência no Museu Nacional, em cartaz até 31 de agosto.
Logo na entrada, os visitantes são recepcionados pelo meteorito Bendegó, de 5,6 toneladas, que resistiu ao fogo e se tornou símbolo da resiliência da instituição. A peça é acompanhada por obras do artista indígena Gustavo Caboco, que reinterpretou o meteorito junto à sua família. Outro destaque é o esqueleto de um cachalote de 15,7 metros, pendurado sob uma nova claraboia, criando um cenário imponente no pátio principal do palácio restaurado.
Além disso, o público poderá ver de perto esculturas de mármore de Carrara, fragmentos do crânio de Luzia — o fóssil humano mais antigo das Américas — e elementos arquitetônicos originais do prédio. O museu, que ocupa o Palácio de São Cristóvão na Quinta da Boa Vista, já foi residência da família real portuguesa e sede do Império do Brasil.
O acervo
Desde 2021, o acervo vem sendo recomposto por meio do projeto Recompõe, que já reuniu mais de 14 mil peças. Entre os itens mais notáveis estão o manto tupinambá — usado em cerimônias indígenas no século XVI e doado pelo Museu Nacional da Dinamarca —, fósseis da Bacia do Araripe, peças de origem africana, cerâmicas pré-colombianas e até um tigre taxidermizado entregue por uma família brasileira. O cantor Nando Reis também contribuiu com uma coleção de conchas.
O incêndio de 2018, causado por um curto-circuito, destruiu cerca de 90% do acervo original de mais de 20 milhões de itens. A reabertura representa não apenas a recuperação física do espaço, mas também a reafirmação do compromisso com a preservação do patrimônio histórico e científico nacional.
Os ingressos para a exposição estão disponíveis gratuitamente na plataforma Sympla. A expectativa é que o novo Museu Nacional receba milhares de visitantes nas próximas semanas, consolidando-se como símbolo da reconstrução da memória brasileira.