Rio de Janeiro, 17 de Junho de 2025

Pressão inflacionária cai ao produtor, apesar da alta nos alimentos

Os preços ao produtor no Brasil recuaram pelo terceiro mês seguido em abril, apesar da alta nos alimentos, segundo o IBGE. Descubra os detalhes.

Sexta, 06 de Junho de 2025 às 20:48, por: CdB

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que, em abril, oito apresentaram variações negativas de preço na comparação mensal.

Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro

Os preços ao produtor no Brasil recuaram pelo terceiro mês seguido em abril, mas com menor intensidade diante da primeira alta dos alimentos no ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou recuo de 0,36% em abril, depois de ter caído 0,60% em março. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 7,27%.

Pressão inflacionária cai ao produtor, apesar da alta nos alimentos | Os preços dos alimentos contribuíram para a inflação
Os preços dos alimentos contribuíram para a inflação

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que, em abril, oito apresentaram variações negativas de preço na comparação mensal. O setor que mais influenciou o resultado foi Refino de petróleo e biocombustíveis, responsável por -0,35 ponto percentual de influência. Já os Alimentos tiveram influência de +0,18 ponto.

— Observe que Alimentos foi a única influência positiva entre as destacadas. É uma situação distinta daquela observada em março, quando sua influência era negativa e a mais intensa — disse Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia da Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas.

 

Carnes frescas

O setor de Alimentos mostrou variação positiva pela primeira vez no ano, com alta de 0,72%, e passou a acumular em 12 meses avanço de 13,19%. Segundo Brandão, isso se deve ao fato de o preço de carnes bovinas frescas ou refrigeradas ter avançado, o que está em linha com um menor contingente de cabeças disponíveis para o abate.

Os preços dos alimentos foram motivo de preocupação do governo no início do ano, uma vez que pesaram nas leituras do IPCA. Em abril, os preços dos alimentos e de saúde pressionaram o índice de inflação, que subiu 0,43%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

Em linha com o declínio dos preços, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou mais do que o esperado em maio, a 0,85%, puxado pelas quedas na cotação de produtos agropecuários, depois de subir 0,30% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.

A expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com economistas era de uma queda de 0,66% no mês.

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