Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que, em abril, oito apresentaram variações negativas de preço na comparação mensal.
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro
Os preços ao produtor no Brasil recuaram pelo terceiro mês seguido em abril, mas com menor intensidade diante da primeira alta dos alimentos no ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) registrou recuo de 0,36% em abril, depois de ter caído 0,60% em março. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma alta de 7,27%.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que, em abril, oito apresentaram variações negativas de preço na comparação mensal. O setor que mais influenciou o resultado foi Refino de petróleo e biocombustíveis, responsável por -0,35 ponto percentual de influência. Já os Alimentos tiveram influência de +0,18 ponto.
— Observe que Alimentos foi a única influência positiva entre as destacadas. É uma situação distinta daquela observada em março, quando sua influência era negativa e a mais intensa — disse Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia da Coordenação de Estatísticas Conjunturais em Empresas.
Carnes frescas
O setor de Alimentos mostrou variação positiva pela primeira vez no ano, com alta de 0,72%, e passou a acumular em 12 meses avanço de 13,19%. Segundo Brandão, isso se deve ao fato de o preço de carnes bovinas frescas ou refrigeradas ter avançado, o que está em linha com um menor contingente de cabeças disponíveis para o abate.
Os preços dos alimentos foram motivo de preocupação do governo no início do ano, uma vez que pesaram nas leituras do IPCA. Em abril, os preços dos alimentos e de saúde pressionaram o índice de inflação, que subiu 0,43%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Em linha com o declínio dos preços, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou mais do que o esperado em maio, a 0,85%, puxado pelas quedas na cotação de produtos agropecuários, depois de subir 0,30% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira.
A expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters com economistas era de uma queda de 0,66% no mês.